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Salário mínimo ou salário digno?

A distância entre o que se paga e o que é preciso para viver no Brasil



No Brasil, o salário mínimo é o menor valor que um empregador pode pagar a um trabalhador formal. Em 2025, ele está fixado em R$ 1.518, e sua função, segundo a Constituição, é garantir que todos tenham condições básicas de sobrevivência.


Na vida real, quem vive apenas com esse valor sabe: ele raramente cobre todas as necessidades de um mês. Entre contas de luz, aluguel, transporte, alimentação e saúde, muitas famílias se veem obrigadas a escolher o que pagar e o que adiar.


Essa diferença entre o que se ganha e o que é realmente necessário para viver abre espaço para um conceito fundamental nas discussões sobre trabalho e desigualdade: o salário digno.


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O que é salário digno?


O salário digno é calculado a partir do custo real de vida em uma determinada região. Ele inclui despesas essenciais como alimentação de qualidade, moradia segura, saneamento básico, transporte, educação, saúde e uma pequena reserva para imprevistos.


Ao contrário do salário mínimo, que é definido por lei e critérios políticos, o salário digno busca responder a uma pergunta simples: quanto é preciso ganhar para que uma pessoa viva com dignidade, sem precisar abrir mão de direitos básicos?



O tamanho da diferença no Brasil


De acordo com estimativas do DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), o salário mínimo necessário para suprir todas as necessidades de uma família de dois adultos e duas crianças, em janeiro de 2025, deveria ser de aproximadamente R$ 6.800, ou seja, considerando 2 pessoas trabalhando por lar o salário digno individual giraria em trono de R$ 3.400 (mais de do que o dobro do valor oficial).


Já o Anker Research Institute, referência internacional no tema, calcula que o salário digno individual para uma pessoa adulta no Brasil varia, dependendo da região, entre R$ 2.900 e R$ 3.400 por mês. Também próximo do dobro do salário mínimo atual.



Por que isso é importante para a sociedade?


Quando o salário não é suficiente, as consequências são profundas:

  • Endividamento crescente de famílias

  • Trabalho informal para complementar a renda

  • Piora na saúde física e mental por estresse e falta de acesso a cuidados

  • Dificuldade de acesso à educação de qualidade para os filhos

  • Ciclo de pobreza que se perpetua de geração em geração


Discutir salário digno não é apenas falar sobre remuneração. E falar sobre justiça social, qualidade de vida e redução da desigualdade. É garantir que o trabalho cumpra sua função de permitir que as pessoas vivam e não apenas sobrevivam.



O que o futuro parece reservar?


Embora o debate sobre salário digno no Brasil ainda esteja longe de se refletir em políticas públicas concretas, algumas iniciativas mostram que é possível avançar nesta direção:

  • Empresas mais comprometidas com a sociedade vêm adotando voluntariamente políticas salariais baseadas no custo de vida

  • Programas de benefícios complementam a renda dos trabalhadores formais com vale alimentação, transporte e assistência médica (que dão acesso, assim como o dinheiro, à serviços básicos)

  • Acordos coletivos vêm prevendo pisos salariais acima do mínimo

  • Pressões sociais e políticas por mudanças na legislação trabalhista vêm crescendo


Para crescer, esse movimento precisa de cada brasileiro!



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Fontes:

Anker Research Institute – www.globallivingwage.org

Constituição Federal, Art. 7º, IV

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